O futuro dos festivais no Brasil: da música à experiência completa
Durante muito tempo, um festival era sinônimo de lineup. Bastava anunciar os artistas e o público aparecia em massa. Mas o mercado mudou. Hoje, o consumidor quer muito mais do que música: busca uma experiência completa, que mistura cenografia, ativações de marca, gastronomia e até responsabilidade ambiental.
Segundo Paulo Victor Jabour Tannuri Valverde de Morais, empresário do setor de comunicação e sócio da VBR Entretenimento e da Formiga XP, essa mudança reflete uma transformação cultural: “O público atual não compra apenas o ingresso para ver um show, ele investe em um momento de vida, em algo que precisa ser memorável e compartilhável.”
Música como ponto de partida, não de chegada
A música continua sendo a alma dos festivais, mas já não é suficiente. Para a Geração Z e Alpha, que dominam esse mercado, a atração principal é apenas parte de uma narrativa muito maior. Eles querem:
- Cenografia imersiva – espaços instagramáveis e cenários que fazem parte da experiência.
- Ativações criativas de marcas – interação que vai além do banner, criando conexões reais.
- Gastronomia diferenciada – o público espera qualidade e variedade, com curadoria que dialoga com o festival.
- Sustentabilidade – estruturas reutilizáveis, logística verde e preocupação com impacto ambiental.
“Quem pensa em festival apenas como lineup já está atrasado. O público exige um ecossistema de experiências”, afirma Paulo Victor Jabour.
A importância das redes sociais
Um festival hoje acontece em dois palcos: o físico e o digital. As redes sociais são o espaço onde a experiência é validada, amplificada e lembrada.
Para o público jovem, se não rende conteúdo, parece que não existiu. Essa realidade obriga produtores a pensarem cada detalhe como parte de uma estratégia de engajamento, desde a entrada até a despedida do público.
O peso da economia e o desafio dos ingressos
Não dá para falar em futuro dos festivais sem mencionar a economia. Produzir eventos no Brasil ficou mais caro: logística, tecnologia, cachês de artistas e impostos pressionam os custos. Do outro lado, o público consome menos e é mais seletivo, priorizando eventos que entreguem valor real.
Segundo Paulo Victor Jabour, esse cenário exige criatividade: “A pessoa só vai investir no ingresso se sentir que está comprando mais do que um show. Por isso, os produtores precisam oferecer experiências inesquecíveis, que justifiquem cada centavo.”
Caminhos para o futuro dos festivais
- Cocriação com marcas – patrocínios que se integram à experiência e aliviam o custo para o público.
- Diversificação de atrações – unir música, esportes, arte, gastronomia e tecnologia em um mesmo espaço.
- Sustentabilidade como regra – eventos verdes são cada vez mais valorizados por empresas e pessoas.
- Novos formatos de venda – combos, assinaturas e pacotes que tornam a experiência mais acessível.
Conclusão
O futuro dos festivais no Brasil será definido por quem souber equilibrar lineup + experiência + propósito. A música seguirá essencial, mas o diferencial estará em criar vivências que emocionem, conectem e deixem memórias.
Para Paulo Victor Jabour Tannuri Valverde de Morais, os festivais do futuro serão menos sobre assistir a um show e mais sobre viver uma experiência completa: “O ingresso não é para um artista, é para um universo.”
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