Homeschooling e o novo relatório da UNESCO: A ONU agora reconhece o que sempre foi bom e seguro. Falta o Brasil fazer o mesmo.

Homeschooling e o novo relatório da UNESCO: A ONU agora reconhece o que sempre foi bom e seguro. Falta o Brasil fazer o mesmo.

Autoria Zizi Martins

O homeschooling, modalidade em que os pais assumem integralmente a formação de seus filhos fora das instituições escolares convencionais, ganhou novo impulso após a publicação do relatório da UNESCO em 2025. Pela primeira vez, um documento internacional reconheceu explicitamente o ensino domiciliar como uma alternativa legítima para o exercício do direito à educação, ressaltando que cada vez mais famílias recorrem a essa prática para proteger seus filhos e oferecer um ambiente de aprendizagem mais seguro física, emocional e digitalmente.

Até recentemente, a UNESCO promovia a escolarização formal como principal meio de inclusão social e garantia de aprendizagem, visão reforçada durante a década de 1990 com o programa “Educação para Todos”. Nessa época, o homeschooling era tratado como solução marginal, visto com reservas diante dos supostos riscos de socialização e acompanhamento pedagógico. O novo relatório rompe essa tradição ao afirmar que o direito à educação não pressupõe, necessariamente, a escolarização exclusivamente institucional.

O texto da UNESCO destaca experiências internacionais bem-sucedidas, como as de Portugal e Finlândia, que mantêm modelos de supervisão equilibrada do ensino domiciliar, respeitando a autonomia das famílias educadoras. O relatório critica práticas punitivas ou discriminatórias e recomenda que Estados adotem fiscalização proporcionada, visando reduzir preconceitos e garantir oportunidades iguais a todas as crianças educadas em casa.

Esse posicionamento inovador em termos de organismo multilateral contribui enormemente para ampliar o respeito à diversidade dos métodos educacionais e consolida o direito natural dos pais de escolher os meios pelos quais seus filhos serão educados. Tal reconhecimento favorece políticas públicas mais inclusivas e coloca o homeschooling em condições de igualdade normativa e institucional com a modalidade educacional escolar.

Estudos internacionais e indicadores de resultado mostram, de maneira consistente, que os estudantes homeschoolers frequentemente superam em desempenho acadêmico os colegas do sistema escolar formal. Essa vantagem é atribuída ao acompanhamento individualizado e à flexibilidade curricular típica da modalidade domiciliar.

Segundo o relatório, regulamentar o homeschooling significa adotar medidas que assegurem qualidade e equidade, rejeitando modelos punitivos e excludentes. O equilíbrio sugerido visa garantir que diferentes formas legítimas de aprendizagem coexistam, respeitando a pluralidade e a liberdade das famílias.

Para milhões de famílias que reivindicam autonomia na educação, o novo relatório da UNESCO chega como resposta a antigas demandas, abrindo caminho para uma maior aceitação social e avanços legislativos na área. Em vez de negar a escola, o ensino domiciliar surge como solução propositiva que responde a desafios contemporâneos como segurança, personalização e busca por excelência acadêmica.

O documento da UNESCO reforça que o papel dos Estados nacionais deve ser de garantia de direitos, nunca de obstáculo ao pleno exercício da liberdade educacional. Ao valorizar a diversidade e a inovação, o ensino domiciliar pode estimular ambientes de aprendizagem criativos e ajustados às necessidades das famílias. E o Brasil faria bem em aprender com isso, já que projeto de lei que regulamenta do ensino domiciliar ainda está no Senado para aprovação desde 2022.

Como se pode notar, essas orientações favorecem a criação de políticas equilibradas, que evitem perseguição ou preconceito e, ao mesmo tempo, garantam que o direito à educação seja protegido sob diversas formas. O homeschooling tende, assim, a se consolidar mundialmente como opção legítima, respaldada tanto por princípios de direito quanto por evidências de desempenho e satisfação familiar.

Ao integrar o homeschooling ao debate sobre direitos educacionais, a UNESCO incentiva avanços reais rumo a sistemas mais livres, inovadores e responsáveis. O relatório de 2025 marca um ponto de inflexão: legitima uma prática capaz de oferecer qualidade, segurança e autonomia a milhões de famílias ao redor do mundo, E quanto ao Brasil? Tal relatório conclama Legislativo Federal a dar o passo definitivo a favor do que o mundo já consagrou.

*Zizi Martins é ativista pela liberdade. Vice-presidente da ANED, membro fundadora e diretora da Lexum, Presidente do Instituto Solidez e membro do IBDR. Advogada com mestrado em direito público e especialização em Direito Religioso, Doutora em Educação, Pós-Doutora em Política, Comportamento e Mídia.

Instagram- @zizimartinsoficial

 

 

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